Os antigos comandantes da Petrobrás deixaram os livros de história da própria empresa empoeirados na estante e resolveram navegar por outros mares ainda desconhecidos. Essa é a avaliação de alguém que viveu o dia a dia da companhia por muitos anos. Nossa entrevistada de hoje (7) será Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e atualmente sócia da Chambriard Engenharia e Energia. Ela trabalhou por quase 23 anos na estatal e viu de perto, ainda nos anos 90, discussões internas sobre a petroleira transformar-se em uma empresa de energia, com uma atuação mais ampla. Nos últimos anos, porém, alguns gestores mudaram a direção da Petrobrás, focando esforços apenas na exploração e produção (E&P) de petróleo. “Eu enxergo isso como um retrocesso muito grande. Gostaria até de saber com que autoridade a gestão da empresa fez isso”, questiona. Magda vai além e crava: “Se o pré-sal motivou tudo isso, o pré-sal então foi um mau resultado, porque está desconstruindo uma empresa que estava preparando-se para o futuro”. A engenheira reforça que valoriza o papel da companhia, mas que algumas administrações passadas tiveram posturas questionáveis: “Acho que a Petrobrás é o que temos de grandioso no país, mas às vezes ela tem que resistir a algumas gestões. Do contrário, o dano pode ser grande”. Olhando para o futuro, Magda vê com bons olhos a nova gestão, liderada pelo general Joaquim Silva e Luna. A entrevistada acredita que o novo presidente irá rever o foco de atuação da estatal...