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O aço inoxidável tem se consolidado como um material estratégico em diversas indústrias, da alimentícia à médica, passando por setores como energia, petróleo e gás. 

Na reunião da Câmara Setorial de Máquinas para a Indústria Alimentícia, Farmacêutica e Refrigeração Industrial (CSMIAFRI), realizada em 06 de agosto de 2025, os associados da ABIMAQ puderam acompanhar uma apresentação exclusiva da CRU, uma das maiores referências globais em inteligência de mercado para metais e commodities.

Durante a reunião, a CRU trouxe uma visão detalhada sobre o mercado de aço inoxidável, destacando tendências globais, particularidades do Brasil e as perspectivas de crescimento para os próximos anos.

Neste artigo, você confere os principais pontos abordados na apresentação, para ficar atualizado sobre o tema e tomar decisões mais estratégicas em seus negócios.

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O que é aço inoxidável e por que é estratégico para diversos setores?

O aço inoxidável é uma liga metálica cuja principal característica é a alta resistência à oxidação e à corrosão. 

Isso é possível graças ao cromo, elemento essencial em sua composição, além de outros como níquel, ferro, manganês e molibdênio.

O aço inoxidável austenítico
Entre os vários tipos de aço inoxidável, destacam-se os da série 300 (aço austenítico), conhecidos pela sua resistência à oxidação e à corrosão. O seu principal componente é o cromo, seguido de níquel, e em alguns casos, o molibdênio. 

Entre os tipos mais populares da série estão o 304, que representa mais de 50% do mercado mundial e é muito utilizado em utensílios domésticos, equipamentos de cozinha e na indústria alimentícia. 

Além do aço inox 304, há também o 316, que é mais caro, mas oferece maior resistência, sendo por isso utilizado em setores alimentícios e químicos. 

Principais aplicações do aço inoxidável austenítico:

• Indústria alimentícia e cervejarias;
• Utensílios domésticos e equipamentos de cozinha;
• Química, petróleo e gás;
• Aeronáutica e equipamentos marítimos;
• Construção civil;
• Setor médico.

Trata-se, na verdade, de um material de alto valor agregado, que responde por apenas 3% do mercado global de aço em volume, mas 15% em valor.

Panorama global do mercado de aço inoxidável

O consumo mundial de aço inoxidável cresce em ritmo acelerado, impulsionado pela urbanização e industrialização, especialmente na Ásia.

• Crescimento projetado: entre 2024 e 2029, a produção global deve crescer a um CAGR de 3,6%, enquanto o aço carbono terá ritmo bem mais modesto (0,9%).
• Liderança da Ásia: a China segue como maior produtora, respondendo por cerca de dois terços da oferta global.
• Indonésia em ascensão: nos últimos anos, o país despontou como grande player graças ao níquel de baixo custo (NPI), tornando-se exportador relevante.
• JKT (Japão, Coreia e Taiwan): continuam com participação estratégica e exportação de grandes volumes.

Esse crescimento reforça a importância de o setor acompanhar as tendências globais, já que decisões de investimento e expansão dependem diretamente da dinâmica de oferta e demanda.

O aço inoxidável no Brasil

O Brasil ocupa posição de destaque no cenário global. É o único produtor de aço inoxidável da América do Sul, concentrando sua produção na Aperam South America, localizada em Timóteo (MG), com a seguinte capacidade produtiva:

• 900 ktpa de placas;
• 350 ktpa de laminados inoxidáveis;
• 430 ktpa de aços elétricos.

Apesar disso, o país ainda é um importador líquido, ou seja, importa mais do que exporta. Cerca de 50% das importações vêm da China, o que mostra o quanto o mercado brasileiro ainda depende do fornecimento externo.

Principais usos do inox no Brasil:

• Indústria alimentícia e cervejarias (24%);
• Química, petróleo e gás (19%);
• Transporte (8%);
• Energia (7%);
• Papel e celulose (6%);
• Construção (5%).

Como funcionam os preços do aço inoxidável?

Diferente do aço carbono, a precificação do inox é mais complexa e varia conforme a região:

• Preço base: representa os custos e margens das usinas.
• Sobretaxa de liga: adicionada ao preço base, reflete os custos dos elementos como cromo, níquel e molibdênio.

O níquel é o principal responsável pela volatilidade dos preços. Cerca de 70% do consumo global do metal está ligado ao aço inoxidável, o que faz com que variações na oferta desse insumo impactem diretamente o preço final do produto.

Riscos e oportunidades do mercado

Durante a reunião, a CRU destacou que o setor enfrenta tanto desafios quanto boas oportunidades para os próximos anos.

Principais desafios

• Protecionismo comercial: medidas como o CBAM (Carbon Border Adjustment Mechanism) na Europa e novas tarifas nos EUA tendem a redefinir os fluxos globais.
• Excesso de oferta na Ásia: especialmente da China e Indonésia, que podem redirecionar excedentes para outros mercados, aumentando a competição.

Principais oportunidades

• Regionalização da produção: estímulo ao fortalecimento da produção local e redução da dependência externa.
• Crescimento da demanda brasileira: puxada por setores estratégicos como alimentos, energia e construção.
• Investimento em tecnologia: diferenciação em aplicações de maior valor agregado.

Considerações finais

A participação da CRU na reunião da CSMIAFRI trouxe informações fundamentais para as empresas associadas à ABIMAQ. Entender a dinâmica global e nacional do mercado de aço inoxidável é decisivo para identificar riscos, aproveitar oportunidades e fortalecer os negócios.

Se você deseja se aprofundar ainda mais no assunto, baixe a apresentação completa da CRU e tenha acesso aos gráficos, dados e previsões apresentados em primeira mão.

E mais: graças à parceria exclusiva entre a ABIMAQ e a CRU, os associados contam com 45% de desconto em serviços relacionados aos mercados de aço, cobre e alumínio. Não perca essa oportunidade! Acesse e aproveite os benefícios!

Armando Aquino Presidente da CSMIAFRI - Câmara Setorial de Máquinas para a Indústria Alimentícia, Farmacêutica e de Refrigeração Industrial da ABIMAQ.

Francisco Fornasaro Presidente da CSMPAN - Câmara Setorial Câmara de Panificação e Food Service da ABIMAQ.