O conceito se refere a um conjunto de estratégias que tem como principal finalidade promover a reestruturação produtiva e tecnológica da economia, visando aumentar a competitividade nacional no cenário global. A ideia principal é disponibilizar um ambiente de negócios adequado à adoção de novas técnicas de gestão, automação e sustentabilidade, apostar na diversificação dos produtos e mercados, bem como na integração com os setores de comércio e serviços.
A neoindustrialização tem sido apontada como o melhor caminho para superar os desafios da globalização e gerar empregos qualificados, por meio de políticas públicas que estimulem o desenvolvimento econômico e social sustentável do país. Saiba mais neste artigo.
Na prática, a neoindustrialização faz parte dos planos do Presidente Lula e do seu vice-presidente, o Ministro Geraldo Alckmin, para a retomada da economia brasileira. Trata-se, na verdade, da reestruturação da indústria brasileira para que ela volte a ser o carro chefe do desenvolvimento econômico nacional e mundialmente competitiva.
Essa iniciativa é necessária porque nos últimos anos o Brasil tem passado por um processo de desindustrialização, com a participação da indústria cada vez menor no PIB (Produto Interno Bruto). Para se ter uma ideia, nas décadas de 70 e 80, o setor respondia por mais de 30% do PIB, mas atualmente essa participação gira em torno de apenas 10%.
Para reindustrializar o país, é preciso anular os fatores estruturais que tiram a competitividade do produto nacional, estabelecer um cenário macroeconômico favorável ao desenvolvimento. Isso abrirá espaço para o investimento, que precisa ser baseado em novas tecnologias e direcionada à sustentabilidade. Passa, portanto, por reduzir o “custo Brasil” promovendo a reforma tributária, reduzindo as taxas de juros e incentivando as exportações por meio de seguro de crédito e financiamentos a custos competitivos. Também é importante que as indústrias se adaptem às novas demandas dos consumidores, às exigências ambientais e sociais.
É o pilar que impulsiona a transformação da indústria, por meio do desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos que atendam às demandas dos consumidores e do mercado. A inovação está intimamente ligada à indústria 4.0, na medida em que utiliza as novas tecnologias para criar soluções inteligentes, personalizadas e conectadas.
Esse, por sua vez, é o pilar que garante a longevidade da indústria no mercado, por meio do uso racional dos recursos naturais e da minimização dos impactos ambientais e sociais das suas atividades. A sustentabilidade engloba o monitoramento, o controle e a otimização do consumo de energia, de água e de matérias-primas. Além disso, também envolve redução das emissões de gases de efeito estufa e dos resíduos gerados por meio do princípio de redução-reutilização-reciclagem.
Diz respeito à articulação entre os diferentes setores da economia, como o comércio e os serviços, criando cadeias produtivas mais eficientes e competitivas. A integração utiliza diferentes tecnologias para facilitar a comunicação, a cooperação e a coordenação entre os agentes econômicos envolvidos na produção industrial.
Por fim, mas não menos importante, temos a diversificação, pilar que fortalece a indústria por meio da ampliação da variedade de produtos oferecidos ao mercado interno e externo. A aposta da neoindustrialização é fazer isso de forma planejada, aumentando o valor agregado da produção industrial em setores em que o Brasil possui conhecimento e capacidade de ser produtivo e também naqueles considerados estratégicos para a soberania da nação.
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A neoindustrialização pode trazer diversas vantagens para o país, como:
Diante de tudo o que já foi citado até aqui, ficou claro perceber que a reestruturação da indústria através dessa nova perspectiva pode causar impactos positivos para o país em vários aspectos, a saber:
Apesar de ser vantajosa, a neoindustrialização também enfrenta alguns desafios. A seguir elencamos os principais:
O processo de reindustrialização exigirá a ampliação, a reconstrução e o desenvolvimento de diversos elos da cadeia produtiva. Dentro desse cenário, a indústria de máquinas e equipamentos é extremamente importante.
O setor representado pelas empresas que fabricam motores, compressores, bombas, máquinas agrícolas, geradores de energia entre vários outros produtos está na base da estrutura industrial e da infraestrutura do país com tecnologia capaz de aumentar a produtividade e a competitividade de todos os segmentos da economia.
No contexto da neoindustrialização, o setor de máquinas e equipamentos impulsionará a transformação digital, permitirá ganhos de produtividade, estimulará a pesquisa, a inovação, a geração de serviços sofisticados, promovendo a preservação ambiental. Além disso, contribuirá com a geração de divisas para o país, por meio das exportações. Em 2023, aliás, o setor movimentou mais de US$ 12 bilhões em exportações.
Confira alguns dos novos investimentos que contaram com o apoio do setor de máquinas e equipamentos e que já estão fazendo a sua parte na reindustrialização do Brasil:
A empresa de transporte sustentável Eletra-Tecnologia inaugurou, dia 02 de junho de 2023, uma nova instalação na cidade de São Bernardo do Campo, São Paulo. A unidade possui 27.000 m² e tem capacidade para fabricar 1.800 ônibus elétricos por ano.
Participaram da inauguração o Presidente Lula e o Ministro Geraldo Alckmin. Este, por sua vez, destacou que o ônibus elétrico e com produção 100% nacional atende aos critérios do novo plano de reindustrialização da economia brasileira, já que oferece aos cidadãos um transporte público de qualidade e que preserva o meio ambiente.
Outra empresa que investe na inovação, na descarbonização e em práticas sustentáveis é a GWM, fábrica automotiva. Para a produção de veículos híbridos ou elétricos, a gigante chinesa firmou uma parceria com a WEG, empresa brasileira que fabrica motores elétricos, geradores, transformadores, painéis elétricos e sistemas de automação. O objetivo é reduzir as emissões de gases do efeito estufa e oferecer aos consumidores carregadores para automóveis elétricos.
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