A política industrial é um tema central nas discussões sobre o desenvolvimento econômico de qualquer nação, especialmente para setores estratégicos como o de máquinas e equipamentos.
No entanto, os modelos tradicionais de política industrial, muitas vezes baseados em incentivos setoriais generalizados, têm mostrado limitações significativas, não conseguindo, ao longo dos anos, gerar o impacto esperado na produtividade e competitividade global.
Diante desse cenário, surge a necessidade de repensar as políticas industriais sob uma nova perspectiva. Em vez de uma abordagem genérica, há quem defenda que os esforços sejam direcionados a atividades econômicas que tenham um alto potencial de absorção de mão de obra e que possam, de fato, gerar crescimento sustentável.
Neste artigo vamos fazer uma reflexão sobre esse novo modelo de política industrial. Após a leitura você vai conhecer as transformações no cenário internacional e as implicações para o Brasil, e entender como essas mudanças podem impactar diretamente o setor de máquinas e equipamentos.
Nos últimos anos, o cenário internacional passou por profundas transformações, que recolocaram a política industrial como uma ação prioritária para o desenvolvimento e soberania dos países.
Três eventos principais destacam-se nesse contexto: a guerra comercial entre grandes potências, a pandemia de COVID-19, e a emergência da transição energética devido ao impacto da mudança climática.
A guerra comercial, especialmente entre os Estados Unidos e a China, expôs a vulnerabilidade das cadeias globais de valor e a necessidade de os países reavaliarem suas políticas industriais para proteger setores estratégicos.
A pandemia de COVID-19, por sua vez, trouxe à tona a importância de resiliência nas cadeias de suprimento e a necessidade de fortalecer a produção local de bens essenciais.
Finalmente, a transição energética, impulsionada por uma crescente preocupação com as mudanças climáticas, tem direcionado investimentos para tecnologias mais limpas e sustentáveis, reconfigurando o cenário industrial global.
Esses eventos têm levado diversos países a revisarem suas políticas industriais, com um foco renovado em fortalecer setores estratégicos e promover a inovação. Para o Brasil, entender e se posicionar dentro desse novo contexto global é fundamental para garantir competitividade e crescimento sustentável.
Diversos países têm implementado políticas industriais de maneiras distintas, cada um com suas particularidades, mas todos com o objetivo comum de impulsionar o desenvolvimento e a competitividade.
O impacto dessas políticas industriais no Brasil pode ser significativo, especialmente para o setor de máquinas e equipamentos. O país tem a oportunidade de se posicionar como um player relevante na cadeia global de valor, especialmente em setores como a agroindústria, a mineração e a automação industrial.
No entanto, para que isso aconteça, é essencial que o Brasil adote políticas que incentivem a inovação, a capacitação da mão de obra e o desenvolvimento de tecnologias nacionais.
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Para posicionar o Brasil como um player relevante no cenário industrial global, o governo federal lançou recentemente o "Nova Indústria Brasil", um plano de ação que visa impulsionar o desenvolvimento industrial até 2033, com metas ambiciosas e foco em inovação, sustentabilidade e capacitação tecnológica.
Isso inclui o incentivo à digitalização da indústria, à automação e à integração de tecnologias emergentes, como inteligência artificial e manufatura avançada, com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade das empresas brasileiras.
Inclui também o incentivo à adoção de práticas industriais que reduzam o impacto ambiental, como a promoção de energias renováveis, eficiência energética, e a transição para uma economia de baixo carbono.
Outro foco importante do "Nova Indústria Brasil" é a capacitação da força de trabalho, por meio de programas de treinamento e qualificação para preparar os trabalhadores para as demandas de uma indústria cada vez mais tecnológica e digital.
Além disso, o plano propõe ações para simplificar processos, reduzir a burocracia e melhorar o ambiente de negócios, tornando-o mais atrativo para investimentos, tanto nacionais quanto internacionais.
Na prática, ele representa um esforço significativo para reverter o processo de desindustrialização que o país vem enfrentando e busca criar as condições necessárias para que a indústria brasileira retome seu papel como motor do desenvolvimento econômico.
Como vimos, o cenário internacional e as transformações econômicas globais exigem que o Brasil repense sua política industrial para se posicionar de forma competitiva no mercado global.
Para o setor de máquinas e equipamentos, o momento é de adaptação e inovação, aproveitando as oportunidades trazidas pela transição energética e pela demanda por tecnologias mais eficientes e sustentáveis.
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